Políticas Públicas da Educação e Controle
Social
Controle Social é a
participação da sociedade no acompanhamento e na verificação da execução das
políticas públicas, exercido pelos cidadãos, através dos Conselhos, podendo ser
de forma direta e individual ou de forma organizada, como exercício de cidadania,
avaliando objetivos, processos e resultados das políticas públicas educacionais.
A atual Constituição
Federal constitui-se numa democracia representativa e participativa,
incorporando desse modo, a participação da comunidade na gestão das políticas
públicas. Por intermédio do Ministério da Educação e do FNDE (Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação), o governo federal vem estimulando a organização
da sociedade civil e sua participação no planejamento, acompanhamento e
avaliação das políticas públicas educacionais.
Os recursos do Fundeb
destinam-se ao financiamento de ações de manutenção e desenvolvimento da
Educação Básica, independentemente da modalidade em que o ensino é oferecido
(regular, especial ou de jovens e adultos), da sua duração (tempo integral ou
tempo parcial), da idade dos alunos (crianças, jovens ou adultos), do turno de
atendimento (matutino e/ou vespertino ou noturno) e da localização da escola
(zona urbana, zona rural, área indígena ou quilombola).
Os recursos do Fundeb
devem ser investidos integralmente na Educação Básica, exclusivamente em ações
de manutenção e desenvolvimento da Educação Básica pública, particularmente na
valorização do magistério, sendo que, pelo menos 60% (sessenta por cento) dos
recursos anuais totais dos Fundos deverão ser destinados para a remuneração dos profissionais do magistério
em efetivo exercício. Também são destinados para a compra de alimentação
escolar, o transporte escolar, material didático, manutenção de prédios,
equipamentos e outros.
O conselheiro acompanha as
ações que devem ser financiadas com recursos do Fundo; se envolve no processo
de fiscalização, que ocorre desde a formação do mesmo até sua plena execução,
inclusive, da prestação de contas.
A gestão dos recursos do
Fundo (programação, aplicação financeira, movimentação bancária, pagamentos etc.)
é de responsabilidade do chefe do Poder Executivo e da autoridade responsável
pela Secretaria de Educação ou órgão equivalente nos estados, Distrito Federal
e município. A fiscalização em relação a esta aplicação é de responsabilidade
dos seguintes agentes fiscalizadores: os Tribunais de Contas dos Estados, do
Distrito Federal e dos municípios, o Ministério Público, o Tribunal de Contas
da União e a Controladoria-Geral da União.
Em relação ao Fundeb, o
Ministério Público Federal e/ou Estadual toma providências junto ao Poder
Judiciário, quando necessárias, em face de irregularidades detectadas e
apontadas pelos Conselhos e/ou Tribunais de Contas, ou mesmo provenientes de
denúncias dos cidadãos comuns, entre outras origens.
Buscando contextualizar
todas estas informações na realidade local, verificamos que o Conselho existe
no município, se reúne para acompanhar as ações que lhe são de competência. Porém
a comunidade local, principalmente os profissionais da educação, na sua quase
totalidade, não sabe da importância desse trabalho, nem sabe quem são os
conselheiros e como acontece o processo de escolha dos mesmos.
Também é possível perceber
que entre os conselheiros há representantes que não conhecem o objetivo do
controle social sobre as políticas públicas, portanto, não tem conhecimento
sobre o sentido e a responsabilidade de sua função.
Os conselheiros não podem
ser escolhidos para simplesmente fazer parte do conselho; devem ser escolhidos
entre os mais atuantes, com conhecimento das políticas públicas, que tenham bom
senso e comprometimento para que sua atuação seja eficiente, porque a
responsabilidade da aprovação ou reprovação da prestação de contas é grande.
Com certeza, a presente
ação do FNDE, de levar o conhecimento através de cursos de formação à
comunidade, irá trazer mudanças na forma da eleição dos Conselhos, bem como, da
atuação dos conselheiros, pois tendo conhecimento de como funcionam os
programas das políticas públicas e da responsabilidade da sociedade no
acompanhamento da aplicação destes recursos no município, os conselheiros
estarão bem conscientes da sua responsabilidade perante à sociedade local e
poderão ser mais cobrados também pela comunidade que representam.
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